segunda-feira, 7 de maio de 2007

Brasil quebra patente do Efavirenz

Na última sexta-feira foi decretado, pela primeira vez no Brasil, o licenciamento compulsório de um medicamento. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a quebra da patente do remédio Efavirenz - anti-retroviral consumido por 75 mil pacientes de Aids na rede pública brasileira.

A medida do governo tem por finalidade uma economia de $ 30 milhões ao ano até 2012, possibilitando que o remédio chegue a um maior número de pessoas.

Em entrevista dada ao jornal Folha de S. Paulo, o presidente deixou a esperança da quebra de patente para outros medicamentos. "Hoje é o Efavirenz, mas amanhã pode ser qualquer outro comprimido, ou seja, se não tiver com os preços que são justos, não apenas para nós, mas para todo ser humano no planeta que está infectado, nós temos que tomar essa decisão. Afinal de contas, entre o nosso comércio e a nossa saúde, nós vamos cuidar da nossa saúde", disse Lula.

Apesar de ter representado uma boa notícia para a população brasileira, tal medida gerou especulações no mundo inteiro sobre o fim das pesquisas de medicamentos para doenças que afetam diretamente os pobres dos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos. Isso por que as companhias farmacêuticas teriam receio em promover a inovação de medicamentos – negócio de extremo risco e que exige grandes investimentos - se tiverem o temor de perderem a posse sobre a descoberta.

Resta ao governo pensar não só na ajuda ao consumo final, mas também na promoção das descobertas, incentivando a pesquisa farmacêutica no Brasil. Por que sem novos medicamentos, nada poderá modificar a vida da nossa população.

Ilustração: Agência de notícias da AIDS: http://www.agenciaaids.com.br/news_imagens/aidspatentes.jpg

Um comentário:

Daniela disse...

Isso é realmente f$%¨&&** - a indústria farmacêutica estar mais preocupada com $ do que saúde - e alguém ainda acredita em humanidade?